jueves, 25 de abril de 2019

Poeta 475: La última visita de las tres parcas de Marcelo Dolabela

MARCELO DOLABELA

(Minas Gerais-Brasil, 1957). Poeta, compositor e investigador musical y lírico. Magíster em Comunicación por la Universidad São Marcos (Brasil). Se desempeña como profesor. Ha publicado en poesía Coração malasarte (1980), Radicais (1985), Hai kaixa (1993), Poeminhas & outros poemas (1998), Lorem ipsus – Antologia poética & outros poemas (2006), Acre Ácido Azedo (2016); en ensayo ABZ do rock brasileiro (1987), Breve história da música de Belo Horizonte (1993), entre otros. En 2012, realizó la exposición A história do rock brasileiro em 1000 discos, y en 2014, las exposiciones 50 discos que você precisa ouvir para entender o Golpe Militar (1964-1985) y Rock no circuito.

LA ÚLTIMA VISITA DE LAS TRES PARCAS

“espérate en tu catre
tu misal de esclavo
tu carne carcomida
ya no alimenta los gusanos”

I

No oigo el cielo
de laca podrida y poro purpúreo
me dicen que vienes
con tu boca hambrienta
en arrobos de carmesí
sobre la angustia de nuestros días

II

Párate viajante de estas urbes grises
tus derechos no pagan tus dolores
oiga por última vez la campana sucia de musgo
que vaticina tu destino

el vellocino de oro
que recoge las almas de este mundo
ya casi completo
espérate a la puerta
para tu último viaje…

Todavía no pagaste tus deudas
tus errores y tus dolores
tu valija no tendrá espacio para tanto

…quisiste tener rumbo
que tu voz fuera oída

Ahora ya
date prisa
el vellocino de oro seguirá
sordo en su sordo viaje…

A ÚLTIMA VISITA DAS TRÊS PARCAS

«te espera em teu catre
teu missal de escravo
tua carne carcomida
já não alimenta os vermes.»

I

Não ouço o céu
de laca podre e poro púrpuro
dizem-me que vem
com sua boca faminta
em lufadas de carmesim
sobre a angústia de nossos dias

II

Alto lá viajante destas urbes cinzas
teus direitos não pagam tuas dores
ouça pela última vez o sino sujo de musgo
que vaticina teu destino

o velocino de ouro
que recolhe as almas deste mundo
já quase completo
te espera à porta
para tua última viagem…

Ainda não pagastes tuas dívidas
teus erros e tuas dores
tua valise não terá espaço para tanto

…quisestes ter rumo
que tua voz fosse ouvida

Agora já
apressa
o velocino de ouro seguirá
surdo em sua surda viagem…

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