martes, 3 de septiembre de 2019

Poeta 493: Mapa de Ana Martins Marques

ANA MARTINS MARQUES

(Belo Horizonte-Brasil, 1977). Poeta. É formada em letras e doutora em literatura comparada. Recebeu vários prêmios, entre os quais o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional e o terceiro lugar do Prêmio Oceanos. Estreou em 2009, com o livro de poemas A vida submarina, e publicou ainda Da arte das armadilhas, O livro das semelhanças, Duas janelas (em parceria com Marcos Siscar) e Como se fosse a casa (em parceria com Eduardo Jorge).

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MAPA
(Español)

Elegí la ciudad
– un punto oscuro en el mapa,
rodeado por el silencio.
En la ciudad
hay una casa que espera,
hay un verano que espera,
rojo y dulce.
Hay en la ciudad mujeres desconocidas,
niños,
calles anchas y estrechas.
Hay un nombre en el mapa
que corresponde a las mujeres
y a los niños y a las calles.
Hay un ritmo en la ciudad
para los acontecimientos,
un modo determinado
de fabricar cansancios.
En el pliegue del mapa –
al norte de la ciudad –
hay un lago oscuro, peces,
asfalto, hierba.
La ciudad –
un punto en el mapa –
está rodeada por el silencio.
Por eso
mi ojo
forastero
la eligió.

MAPA
(Portugues)

Escolhi a cidade
– um ponto escuro no mapa,
cercado de silêncio.
Na cidade
há uma casa que espera,
há um verão que espera,
vermelho e doce.
Há na cidade mulheres desconhecidas,
meninos,
ruas largas e estreitas.
Há um nome no mapa
que corresponde às mulheres
e aos meninos e às ruas.
Há na cidade um ritmo
para os acontecimentos,
um modo determinado
de fabricar cansaços.
Na dobra do mapa –
ao norte da cidade –
há um lago escuro, peixes,
asfalto, capim.
A cidade –
um ponto no mapa –
está cercada de silêncio.
Por isso
o meu olho
forasteiro
a escolheu.

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